terça-feira, 27 de outubro de 2015

E esse papo de submissão? Xiii


“Submetei-vos uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5, 21)


Muito chegam a essa leitura da carta de Efésios e sentem até um arrepio na espinha, tamanha confusão e falta de clareza do que isso significa. Não podemos negar que muitos direitos foram conquistados pelas mulheres até hoje, mas para muitos essa leitura é compreendida no senso comum, ou seja, falamos em submissão com base em nossa sociedade invadida por jogos de poder. Homens e mulheres no plano de Deus nasceram para uma complementariedade e para crescer em comunhão, mas historicamente o que temos visto é que as ideologias dominantes chamam as mulheres para uma luta entre “sexos”. Portanto fica uma ideia errada de que para que a dignidade da mulher seja reconhecida precisa-se vencer o inimigo chamado homem. Como se nessa guerra todos nós saímos feridos, a mulher não tem sua dignidade reconhecida apenas prova sua total falta de auto estima de si, mas também quebra o elo primordial da família humana, que é a comunhão entre homem e mulher. O papa João Paulo II esclarece esse trecho da carta de Efésios mostrando que a submissão que Paulo diz é a de Cristo e em Cristo.

Vale a pena se perguntar: Como Jesus exerceu sua autoridade?  Como Jesus foi a cabeça da Igreja? Ele para estabelecer sua autoridade foi agressivo? A todas essas perguntas responderíamos que não, pois a autoridade de Jesus foi a de “SERVIR” e não de ser servido. Então podemos concluir como o papa nos diz que o homem deve sim ser a cabeça, sendo assim aquele que Ama e se entrega todos por amor a ela. Como é lindo a autoridade de Jesus sobre a Igreja, não é em nada opressor como pensamos ao olhar essa palavra em nossa realidade atual. Paulo ainda amplia essa submissão dizendo: “Sejamos submissos uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5, 21), então só existe um Senhor que é Jesus, uma submissão unilateral a Cristo como Senhor de toda a família. O homem nessa missão linda de exercer sua presença na família como Jesus fez pela Igreja, toda forma de opressão e jogo de poder na família é sim consequência do pecado original e não a vontade de Deus a respeito.

O “dar-se” de Cristo foi por meio da obediência ao Pai, na analogia de Paulo, fica claro que é preciso olhar a comunhão das pessoas humanas, do homem e da mulher, como olhamos a comunhão divina entre Cristo e a Igreja. Só assim podemos compreender bem a analogia da cabeça e do corpo, que ambos tem missões distintas, mas inter-relacionais entre si. O marido é sobre tudo aquele que ama, e a esposa aquela que é amada.

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