domingo, 17 de novembro de 2019

A crônica do atropelo

O carro em alta velocidade, em um breve momento atropela, o corpo em vez de ser arremessado para longe se embrenha embaixo, se adere ao carro. Motorista vê que atropelou, mas como não vê corpo nenhum destroço, nem grito, nem sinal de ter feito algo tão mal. Continua, como homem que é determinado. A vida o ensinou a só resolver problemas grandes, coisa pequena, bobeira.

Continua dirigindo, o corpo ficou enrroscado, se tinha alguma chance aos poucos perdeu, a pressa, os kilometros, afinal não temos tempo a perder. Tempo. O tempo engoliu o amor.

Laudo de morte: Morreu de procrastinação, pequenamente morrendo, pedaço a pedaço,  ciclos corridos.

Parar a vida para fazer pequenos reparos, seria possível?! Talvez os kilometros rodados tenham sido muitos, não tem mais tempo, nem teve o direto ao coma, morte súbita, em pedaços, estrassalhado, sem respirar. Só soube rodar, não cuidou, não soube amar, não amou, fugiu para não se deparar com pequeno problema, ganhou um maior, e sem remédio.
 
Pesquisa personalizada