É natural que os primeiros anos de casados sejam marcados pela adaptação do "Eu" e "Você" para o "Nós". Isso não quer dizer que esse processo terá um fim, não será constante na vida do casal, mas com certeza será mas intenso nos primeiros anos. Um bom exemplo disso é o que diz C. Rogers: "Uma união entre um homem e uma mulher precisa ser trabalhada, contruída e constantemente revigorada pelo crescimento dos dois".
Cada um traz consigo suas bagagens e vivencias pessoais e famíliares, é preciso organizar agora o que vai dar uma identidade a essa nova família que inicia. O dialogo também será um aprendizado sem fim, sempre é tempo de aprender, mas ainda no inicio do casamento, onde a comunicação vai acontecer de forma constante e complexa, por causa da nova etapa do relacionamento. Muitos são os ruídos que atingem a comunicação entre quem diz e quem ouve, sua história, suas feridas, sua forma de ver a si mesmo e os outros que a cercam. Você pode estar pensando, mas eu namorei já conheci bem essa pessoa com quem me casei, quando se fala do ser humano, temos que levar sempre em consideração que não somos pessoas prontas mas sim em processo de feitura. E existem muitos fatores diferentes que não existiam no namoro, como por exemplo as contas a pagar. A nossa comunicação é permeada pelos afetos e sentimentos que estamos vivendo naquele momento, ou seja, as diferenças e discordâncias nem sempre são os motivos das brigas, mas sim, como foi dito!
Outra questão importante é quando levamos em consideração que o casal passa a se comunicar de forma mas complexa e rica, com a relação sexual, não estranhe, por meio da sexualidade também existe uma linguagem e uma comunicação. A harmonia sexual está intimamente ligada a harmonia conjugal, dentro do cotidiano, na rotina diária é onde o casal cria um dialogo para além do corpo. O que o corpo diz é preciso estar em consonância com a vida daquele que ama, pois se corpo fala uma coisa e a vida outra, em meio a incoerência o atrito dos corpos perde o sentido e se esfazia.
Um casal recém-casados tem diante de si muitos desafios, de um lado um passado onde cada um tem suas heranças, um presente que traz a novidade e o frescor, mas também uma entrega de si no desejo e a labuta de edificarem um ao outro.
"Não é possível dizer-te sempre coisas novas, nem te é necessário ouvi-las. O que importa é que sejas sempre novo, que te desprendas cada dia do homem-velho, e que cada dia tornes a nascer, a crescer e a progredir" (Santo Agostinho).
É preciso que os casais que já viveram essa etapa tragam esperança e motivação aos que se iniciam nesse caminho, abrindo assim para os jovens casais a possibilidade de reconhecer as riquezas desse tempo e também suas lutas próprias e necessárias, como também aquelas batalhas que insistimos em entrar e que não trazem beneficio algum.
"Por isso todos os que exercem influência nas comunidades e nos grupos sociais devem trabalhar eficazmente para a promoção do matrimônio e da família" (Gaudium et spes)
Paz e bem!