terça-feira, 9 de setembro de 2008

“Jesus estendeu a mão e tocou-o”



S. João da Cruz (1542-1591)

Ó Vida Divina, tu não tocas para matar, mas para dar a vida; tu não feres, senão para curar.
Quando castigas, tocas ligeiramente e isso basta para consumir o mundo.
Quando afagas, pousas deliberadamente a tua mão forte, a doçura da tua carícia não tem medida.

Ó Mão Divina, feriste-me para me curar; fazes morrer em mim o que me priva da vida de Deus, em quem agora me vejo vivo. E fazes isso pela tua graça generosa, através do toque daquele que é “o esplendor da tua glória, a figura da tua substância” (He 1,3), o teu Filho único, a tua Sabedoria que “se estende com vigor de uma extremidade do mundo até à outra” (Sb 8,1).

Ele, o teu Filho único, Mão misericordiosa do Pai, é o toque delicado com que me tocaste, feriste e queimaste interiormente.

Ó toque delicado, Verbo Filho de Deus, tu penetras subtilmente na nossa alma pela delicadeza do teu ser divino; toca-la tão delicadamente que a absorves totalmente em ti, de uma forma tão divina e tão suave “que nunca de tal se ouviu falar em Canaã, nunca tal se viu no país de Teman” (Ba 3,22).

Ó toque delicado do Verbo, tão mais delicado para comigo quanto, derrubando as montanhas e quebrando os rochedos do monte Horeb pela sombra do poder que te precedia, te fizeste sentir pelo profeta Elias de forma tão suave e forte “no delicado murmúrio do ar” (1 Re 19,11).

Como és tu brisa ligeira e subtil? Diz-me como tocas de forma tão leve e delicada, ó Verbo, Filho de Deus, tu que és tão poderoso e terrivel? Feliz, mil vezes feliz, a alma que tocas de forma tão delicada!… “Tu a guardas no segredo da tua face, isto é, do teu Verbo, do teu Filho, ao abrigo das intrigas dos homens” (Sl 30,21).

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São João da Cruz, doutor da Igreja - A Viva Chama de Amor, estrofe 2.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Cartão de Aniversário


Edmilson,

Há quem diga que poeta é aquele que, olhando para as coisas, vê o que ninguém vê. Eu queria não escrever poesias, mais olhar para esse canto da cama e te ver. Eu escrevo para que pelo menos por poucos instantes eu te sinta aqui. É somente minha a cegueira, agora escrevo para remediar. A esperança tem sido essa parte de mim que sabe que tudo vai passar, que enxerga sua sede de ser presença, mesmo na distancia dos kilometros, no preço caro de cada grande sonho.

O Francisco sempre me diz, "mãe eu não conheço esse negocio de kilometros, eu conheço o coração do papai, e sempre me acompanha onde estou", mesmo sem ainda saber falar é isso que ele me diz. Logo acordo e percebo que chegou o tempo de viver o que se cantou, colher o que se plantou, confiar Naquele que nós trouxe essa graça de termos um ao outro. É sempre um risco viver pela fé, amar, essa angustia me ajuda a escolher cada palavra que te escrevo, com apenas um fresta de luz no quarto, com esse meu óculos trincado, uma caneta que alguém mastigou. Tudo isso, eu escreveria muito mais se não fosse o poder do tempo, eu queria prolongar esse instante em que te sinto em mim, em que eu te amo sabendo que, você enquanto lê está me sentindo.

Que seu coração ancore em Deus, seu consolo seja o colo da Mãe do Céu. Te amo e Feliz aniversário, entre todas as possibilidades eu escolho amar você por toda a minha vida.
 
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