sábado, 28 de fevereiro de 2015

Dia Internacional da Mulher

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       Mulher, tema vasto que permeia toda a Bíblia do Gênese ao Apocalipse. Família nenhuma nesse mundo cresce e se desenvolve sem uma mulher, nem mesmo Jesus quis nascer de outro jeito, tamanho mistério envolto na maternidade. E quando refletimos sobre a maternidade é inevitável esbarar nesse documento tão profundo que é a Carta apostólica Mulieris Dignitatem, ou seja, Dignidade da mulher, do nosso querido Beato João Paulo II. Ele fala sobre a vocação da mulher e seu primeiro chamado específico: a maternidade. Toda mulher traz em si a graça de gerar vida! Historicamente o feminismo colocou a maternidade como uma ameaça a liberdade e a realização da mulher, o papa coloca a maternidade como o centro da realização da mulher, mesmo que está não tenha filhos, a maternidade é um mistério não apenas físico mas espiritual.
O amor pode ser para nós cada vez mais podado pelo egoísmo ou cada promovido pela generosidade. No mistério da maternidade a mulher é chamada a se doar pelo outro de forma generosa, não necessariamente é preciso "dar a luz", mas sim dar-se como luz. No fim seremos julgados pelo amor, como tem sido nossa forma de amar? Temos marcas de generosidade ou de egoísmo? Vale pensar!

Nosso modelo de Mulher é Maria, com seu amor generoso e incondicional. Convido você a tomar Maria pelas mãos e conduzido por essa mulher adentrar esse mistério de amor, que é a vida humana, onde Deus plantou tesouros inesgotáveis de Salvação.

Um dia ela ainda muito jovem, apesar de não ter se relacionado sexualmente com homem algum, estava noiva, quando para ela um anjo apareceu e disse que Ela era escolhida para estar grávida e que não temesse, pois "A Deus nada é impossível!" Esse dia sempre será Bem-aventurado, essa mulher medianeira de todas as graças, de Nazaré ousou dizer: "Faça-se em mim segundo a Tua Palavra!" A Palavra se fez carne e hoje habita entre nós.

Esse dia é um clamor pela defesa da Vida, em meio a nossa cultura de Morte, em uma sociedade que busca fazer somente o seu querer individualista. Uma mulher aceitou fazer a vontade de Deus, entregou seus planos e sonhos nas mãos de um Deus que ainda não tinha rosto, mal sabia ela que Ele seria o "Rosto divino do homem e o rosto humano de Deus".

Uma gravidez não planejada humanamente, mais desejada grandemente pela Trindade em seu Amor infinito, e acolhida pela Mãe das nações, a nova Eva,  em um mundo que hoje mata o que não são planejados, que não raramente estando diante de uma gestante, só sabem indagar: Coitada! Tenho a sensação de que o dia da Mulher é uma abertura ao clamor pela defesa da vida, que enxerga o nascimento de um ser como um milagre. Eu e você somos chamados a gerar Jesus, ele quer nasce em cada mulher, sendo ela quem for, talvez nascendo em mulheres que tenham muito o que caminhar. Montadas atravessar em burrinhos, desertos de incompreensão, dificuldades em não encontrar um lar, trabalho, amor, amparo para as dores de seus partos, recebendo portas fechadas, estábulos e cochos, que façam destes desafios terrenos férteis para Amor que transforma, que faz nascer as melhores rosas em rocha seca.
 Maria, Mulher de Nazaré tua vida grita, seu exemplo leva a dizer sim incondicional a Vida!

“A paz é fruto da Justiça”

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        Quem não quer um mundo mais fraterno e seguro? Você e eu... diríamos SIM. Mais então por onde começar essa construção? Qual seria a melhor base? Não haveria tema mais relevante para refletirmos nesta quaresma, como o da Campanha da Fraternidade 2009. que nos convida a lançar os olhos sobre a Segurança Pública, com o lema “A paz é fruto da Justiça” (Is 32,17). O tema foi escolhido a pedido da pastoral carcerária. Dentro deste contexto atual que vivemos não podemos nos esquecer de nossos irmãos e irmãos que estão presos, encarcerados. A voz de João Paulo II em sua mensagem ao Jubileu dos Cárceres fica forte:

“Ao pensar nesses irmãos e irmãs, quero antes de mais desejar-lhes que o Ressuscitado, que entrou no Cenáculo estando às portas fechadas, possa entrar em todas as prisões do mundo e ser acolhido nos corações, levando a todos a paz e serenidade” (Mensagem para o Jubileu dos Cárceres).
            Jesus não anuncia uma paz zen, mais uma Paz inquietante e comprometida com o irmão, Paz que custa lagrimas, luta, e renuncias. Podemos pensar em muitas soluções e alternativas para um mundo mais justo e fraterno, mas todas anseiam por valores cristãos, bases sólidas, para que com o tempo não entrem em “crise”.
            A sociedade não pode negar que muitas  medidas tomadas para manter a segurança precisam ser revistas, mas as prisões tem sido alvo de grandes discussões sociais. Saliento aqui a urgência dos valores cristãos para que possamos caminhar em direção a uma realidade mais fraterna. João Paulo II nos aponta: “Em vários casos, os problemas que criam parecem maiores que aqueles que procuram resolver”. As cadeias cada vez mais cheias são exemplo do fracasso dos valores vigentes no nosso mundo. Neste ano paulino, São Paulo nos orienta: “O mundo anseia pela manifestação dos filhos de Deus”, clama por valores, já que a crise financeira é só um ponto da crise maior de valores.
            Caminhar é preciso, mas na direção certa, na retomada de valores que dignifiquem o ser humano. É um longo percurso onde “Jesus é um paciente companheiro de viagem, que sabe respeitar os tempos e os ritmos do coração humano, embora não se canse de encorajar cada um a caminhar para a meta da Salvação” (Idem).

            Profetas como João Paulo II, nos motivam a rezar e  a viver os valores cristãos, pois uma vida em Deus, por si só já é Vida que Liberta.

Redenção

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Talvez não seja Boa Nova para você saber que Jesus nos redime com seu sangue na Cruz. De uma forma paradoxal ele nós deu a possibilidade de aceitarmos ser lavados e alvejados pelo seu próprio sangue, cada um de nós em nossa singularidade, e ao mesmo tempo a humanidade inteira. Um amor que ama o mundo, mais que não pode ser amor se não adentrar a cada um de nós em nossa intimidade pessoal. Em nosso dia a dia entender a redenção não passa somente pela intelectualidade, mais pela nossa experiência, de sermos redimidos, atravessados pela redenção. Fico esperando que até esse presente momento quem aqui lê esteja com seu coração aberto para esse tal Jesus.
Em vários momentos da minha vida, como você não é difícil perceber Ele nós redimindo, curando nossas feridas, permitindo que façamos nossas escolhas, mesmo que essas não fossem as que Ele faria. Bem que eu tendo não falar mais em maternidade, família, amor, existência, mais não consigo. Retorno a você com um olhar de quem acredita piamente que a Família precisa acolher a Redenção do Cordeiro. Mesmo que de inicio lhe pareça estranho, tento nessas linhas refletir e aproximar a maternidade e paternidade a Via Sacra que Jesus caminhou até ser morto por Amor.
Se tentássemos retirar desse caminho a dor, talvez só restasse amor, pois a Redenção nós ensina, a viver o sofrimento como algo redentor desde que este seja acolhido e não criado. Para cada mãe e pai de família cada estação tem suas dores e passos de amor. Quão semelhando esses dois caminhos sagrados, Via Sacra de dor e amor. Tem santas ceias, beijos amargos, pregos, cortes e feridas. Por vezes silêncios nobres, outras vezes gritos: “Pai por que me abandonastes”, cada frase de Jesus nesse caminho nos ensina a ser mais gente, nos ensina a de verdade viver o sofrimento do qual não podemos fugir. O amor de mãe e treinado na gratuidade, a exemplo de Jesus na Cruz. A graça do amor em família só poder ser fecundo quando nasce da gratuidade. E não se esqueça que o Amor de Deus é a própria gratuidade. Nossas famílias precisam ser discípulas e missionárias, para isso nossa escola é a Via Sacra.  Sendo você filho ou pai, mãe, todo sofrimento na sua vida pode ser sim Redentor ou Infértil.

Pascoa, 2004!



No cárcere


“Temos o triste privilégio – afirmam – e paradoxalmente a graça de ser testemunhas de que muitas das prisões de nosso continente são recintos inumanos, caracterizados pelo comércio de armas, drogas, amontoamentos, torturas, crime organizado e ausência de programas de humanização (cf. Aparecida, 427).”

Fez-me pensar, esse trecho do documento de Aparecida: Nessa realidade estão os nossos presídios, mais não sei se todos têm esse “privilégio” de saber como é a vida de um presidiário em nossa sociedade. Atualmente tenho trabalhado em uma casa da Comunidade Aliança de Misericórdia, Casa Filho Pródigo. Onde meninos menores de 18 anos cumprem suas penas em liberdade assistida, ou suas medidas sócio-educativas, devido a algum descumprimento da lei. No inicio do ano completa um ano que estou lá. Alfenas uma cidade do interior do sul de Minas, cheia de universitário, festas. A pouco tempo inalgurado na cidade o novo presídio. Os meninos que atendo relatam suas experiências lá dentro, o uso de drogas, a violência, a discriminação, e tudo que não produziria nada de bom no coração humano, nem mesmo em um animal.
            Sempre me pego pensando sobre esse contexto, em um desses meus devaneios, tive em mãos o Mensagem de João Paulo II para o Jubileu nos Cárceres, nossa quanta sabedoria, abriu um horizonte de reflexão infinito. Uma dessas reflexões me trouxe até aqui para partilhar com você blogueiro.

“Ao pensar nesses irmãos e irmãs, quero antes de mais desejar-lhes que o Ressuscitado, que entrou no Cenáculo estando às portas fechadas, possa entrar em todas as prisões do mundo e ser acolhido nos corações, levando a todos a paz e a serenidade” (Iden).

Essas palavras de JP II levantam a possibilidade de um pentecoste no contexto das prisões, ele vai a fundo nesse horizonte.

“Jesus é um paciente companheiro de viagem, que sabe respeitar os tempos e os ritmos do coração humano, embora não se canse de encorajar cada um a caminhar para a meta da salvação” (Iden).

Cada escuta que faço me faz lembrar essa frase de JP II, e me ensina como caminhar com eles sem desrespeita seu tempo e suas possibilidades. Meninos que em suas escolhas vão escrevendo suas histórias de luta, sofrimento, vendo a sua dignidade se esvaziar por entre os dedos. Tendo como norte essa mensagem de JP II, podemos ver que o cárcere pode ter um cunho de reflexão, mas também “em vários casos, os problemas que cria parecem maiores que aqueles que procurávamos resolver” (Iden).
            “Vexames infligidos, por vezes, aos presos por discriminação étnica, sociais, econômicas, sexuais, políticas e religiosas... torna-se um lugar de violência parecido com aqueles ambientes de onde, não raro, os reclusos provem. Isso inutiliza como é evidente, todo esforço educativo das medidas de detenção” (Iden).

Temos muito o que pensar apartir disso... 

Jubileu dos presidiários, Ano de 2000!
 
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