Quando pensamos na Redenção que Jesus
nós trouxe: se fez homem, se encarnou no seio da Virgem Maria, entregou seu
corpo para a morte e morte de cruz. Jesus assumiu a corporeidade humana, e a
elevou. A redimiu com seu sangue redentor! Podemos depois disso dizer que a
santidade de Deus se debruçou, se aproximou de cada homem e mulher que acredita
no que diz o Evangelho de João: "O verbo se fez carne!".
Depois da Redenção de Jesus não
podemos viver dando as redeas da nossa vida interior a concupsencia, e sim com
o auxilio de tamanha graça que é a ação do Espírito Santo em nos, vivermos como
quem foi redimido na vida cotidiana. Pois a redenção é uma graça que precisa
ser acolhida.
O Papa João Paulo II nas catequeses
da Teologia do corpo fala da Redenção do coração e depois da Redenção do corpo,
no ultimo dia. Agora vamos olhar a Redenção do coração.
O que a Redenção do coração? Você
pode se perguntar.
Será que somente o cumprimento da Lei
redime o homem?
Os fariseus ficam sempre presos na
"letra" da Lei, e Jesus vai além, ele quer ver o coração do homem. No
Sermão da Montanha Jesus mostra bem isso: “Ouvistes que foi dito: Não cometerás
adultério. Eu, porém, digo-vos que todo aquele que olhar para uma mulher,
desejando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração“(Mt 5,
27-28). Surge a partir daí o questionamento: Jesus veio revogar a Lei? E
Ele mesmo responde: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os
Profetas: não vim revogá-la, mas completá-la” (Mt 5, 19)
A vivencia plena da Lei se da no
interior do coração humano. As palavras de Cristo convidam a uma nova ética,
que nos textos das catequese são descritas com o termo ethos. Essa ética que não é apenas um
verniz que deixa bonito por fora, mas atinge o amago do coração humano,
trazendo assim a força da Redenção autentica que Jesus. Sendo assim o corpo
traz o seu significa mas profundo que é ser dom, ou seja, um dom livre em sua
entrega. Como Jesus sendo Deus aceitou se entregar livremente.
Para a redenção é necessário ao domínio de si, uma liberdade interior.
“Esse Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor existe liberdade” (2Cor3, 17). O amor só é possível na liberdade, ou seja, no domínio de
si, chamado de dom da Temperança. Reconhece o chamado do corpo ao amor,
percebe que a exemplo de Jesus o amor é Fiel, Total e fecundo.
O sermão da Montanha faz uma reviravolta com a moral que se restringia a Lei, em Jesus
a moral ganha vida, no sentido existencial, e também no interior do homem.
Por isso Jesus chama os fariseus de sepulcros caídos, pois na casca e na
aparência a moral impecável, mas no interior tudo estava podre. Assim,
portanto, Cristo apela para o homem interior, para o seu coração.
A concupiscência é o foco de Jesus,
ou seja, precisamos estar atento ao nosso interior onde o pecado original
deixou marcas, inclinações. O coração adultero que Jesus fala, é aquele que
olha, colocando o outro no lugar de objeto, e isso pode acontecer até mesmo
dentro do matrimonio. Essa é a revolução ética de que da teologia do
corpo.
O sermão da montanha se observarmos
bem sempre começa com: "Felizes os que...", por que a verdadeira
ética não deve ser um peso, mas uma caminho para a verdadeira realização
pessoal e comunitária. Se queremos realizarmos-nos como pessoas
humanas é preciso saber que o Amor que realiza não trata o outro como objeto.
Hoje tudo é considerado amor, mas Jesus não falou nada disso. Sua vida foi pura
entrega, Jesus nos redimiu com seu sacrifício na Cruz, para nos ensinar o
verdadeiro Amor esse que gera a vida!
Até a próxima! Paz e bem!