terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O relacionamento com os sogros


     Beata Chiara Luce tem em sua história fatos muito interessantes, uma santidade necessária para os nossos tempos modernos. Teve uma vida curta, e de grandes batalhas, por sua saúde frágil. Seu pai Ruggero, era de família abastarda e sua mãe Teresa de família bem simples. Quando se casaram tiveram que morar na casa dos pais de Ruggero, Teresa viveu grandes dilemas com sua sogra. Por que estou começando esse artigo falando de Chiara? Sobre esse tema muito vasto e particular que são os relacionamento com os sogros correríamos sempre o risco de teorizar de mais, ou até mesmo tomar partido em alguma parte, o que não ajuda em nada, sendo que cada pessoa é unica, e o relacionamento seus sogros é algo muito particular. 
Já que estamos sendo ousados no desejo de queremos contribuir para uma  reflexão, nada melhor que experiencias e exemplos a serem olhados como o caso da Beata Chiara Luce. Não teremos tempo de narrar toda a história dela aqui, mas vale conhecer para inspirar nossa vida em família.

      Depois que Chiara nasceu tudo se acalmou pois já tinham sua casa própria, e menina sempre lhes pregava peças como no dia dos namorados de 1990. A filha fez uma reserva surpresa em um restaurante para os dois, Chiara já não saia da cama por sua doença e disse aos pais: "Hoje á noite, olhem-se nos olhos, e não voltem para casa antes da meia noite". E disse a sua mãe: "E lembre-se que o papai já existia antes de mim". Ela tinha um olhar muito interessante sobre a vida e sobre a família. 

     Essa é uma linda história de superação da dor e do sofrimento! De Romeu e Julieta aos pais de Chiara, os relacionamentos entre as famílias de origem sempre estão entre os temas dramáticos na literatura, nas piadas, e até mesmo a vida de santos como Chiara.

     Precisamos destacar duas questões que envolvem os relacionamentos entre sogros: 

1. Quando uma nova família se forma, temos que consideram que os pais por muitas vezes ficam com a sensação de "ninho vazio", ou seja, o filho ou a filha agora vai sair de casa, como diz a Palavra: "Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher!" (Gn 2,24). A família deve considera isso um ganho, mas muitas vezes fica uma impressão de perda e luto, o que coloca o cônjuge no lugar de culpado por essa perda. Nessa primeira questão por si só já temos muitos desafios, mas não para por aí. Ainda temos:

2. As questões psicológicas que envolvem o nosso desenvolvimento afetivo, aprendemos a amar amando nossos pais, a menina aprende o que é ser homem, vendo seu pai, e a menina faz uma concepção do feminino na mãe. Os nossos vínculos parentais, ou seja, nossa primeira forma de amar é bastante egoísta e possessiva. Aos poucos vamos amadurecendo e amando com mais generosidade e de forma mas equilibrada, mas aí mora a questão, muitas vezes atingimos a vida adulta ainda imaturos no amor, pois o amor para amadurecer não é como uma goiaba que somente o tempo e sua ligação com a goiabeira é suficiente para deixar ela docinha e madura. Nós não a maturidade no amor é um aprendizado de ir aos poucos tirando o foco de nós mesmos e direcionando nosso amor aos outros. Um bebê só recebe amor dos pais, depois uma criança já tem alguns amiguinhos na escola, na adolescência esse amor amplia mas ainda para referencias sociais, professores, tios, amigos, grupos, namorado(a). No casamento esse foco se afunila novamente mas agora para ser vivido de forma generosa entre o casal, e a maturidade passa a ser um ingrediente importante para que um não fique esperando somente do outro sua realização pessoal, mas encontre sua realização nessa entrega oblativa de ambas as partes. 

     Cada família tem um sistema, uma cultura, formas e vivencias próprias. No inicio o casal vai escolhendo com suas atitudes como será a dinâmica dessa nova família, e suas famílias de origem deve respeitar, mesmo que suas escolhas nem sempre assertivas, mas essa liberdade é importante para que o casal amadureça e dê o contorno que essa família terá. É muito difícil para o jovem casal se estabelecer como família, quando as interferências atingem decisões que eles precisam tomar sozinhos para ganhar confiança um no outro, causando muitas vezes divergências entre o casal. 

      E de outro lado estão as expectativas dos pais, que não devem considerar as decisões que os filhos tomam no casamento, como se não tivessem considerando eles com respeito devido. É preciso que cada casal estabeleça sua autonomia em relação ao pais, mas isso não quer dizer que eles serão uma ilha. Os pais de origem e os sogros tem uma vasta experiencia de vida, que pode contribuir desde que essa contribuição favoreça o casal e não coloque um contra o outro. 

      Toda comunicação entre as famílias exige perdão, dialogo, reconciliação, e sendo assim podem ser um exercício para nosso crescimento em na maturidade humana. A vida sempre nós dará oportunidades para crescer no amor! Paz e bem!

domingo, 30 de novembro de 2014

O ciúme faz bem ou mal?


O ciúme é universal, ou seja, é um sentimento comum nos relacionamentos. É preciso estar atento, pois o ciúme pode ser normal ou patológico. O ciúme normal aponta para o desejo de zelar pelo relacionamento, já o patológico desgasta o relacionamento com amassas que não são reais. O ciúme patológico não permite que o outro seja ele mesmo, o ciumento busca apagar a individualidade do outro, vive a procura de pistas para provar sua crença de que não é amado. O ciúme quando não é saudável aponta para uma insegurança, um desejo de ter o controle de tudo ou até mesmo um relacionamento familiar de excessivas restrições.

Um relacionamento saudável se faz por duas pessoas diferentes e que se complementam no amor, na confiança, sendo "uma só carne" sem anular sua individualidade na complementaridade. Uma pessoa que conhece seu valor, tem uma autoestima, não se sente inferior a ninguém, tem mas facilidade de equilibrar esse sentimento para que o ciúme não prejudique o relacionamento. O ciúme faz dos nossos pensamentos uma máquina produtora de fantasias e temores, pede um auto controle também importante como em outros sentimentos como a raiva, gula, etc. O ciumento corre o risco criar um relacionamento "ilha", sem amigos, longe da família, se isolando como casal. O ciúme cheio de facetas, é uma emoção cheio de tendências obsessivas.

Se todos estamos sujeito a esse sentimento o que podemos fazer para controla-lo?

Aqueles que tem dificuldade de controlar o ciúme devem buscar se orientar pelos fatos e não pelos pensamentos, quando um pensamento lhe vem a mente é preciso se perguntar se esse pensamento não é fruto da sua imaginação ou é uma ameaça concreta?
É preciso também questionar nossas crenças, como por exemplo: "Os homens não prestam!", "meu pai não foi fiel, então homem nenhum vai ser". Idéias generalistas que levamos conosco as vez como verdades absolutas.
Outra questão de grande importância é buscar na terapia um lugar para desenvolver seu auto conhecimento e fortalecer sua autoestima, tendo um momento para elaborar seus medos e inseguranças. O ciúme patológico está a serviço do egoísmo, é importante questionar se não estamos centralizando excessivamente nossa vida em torno de uma pessoa. É preciso fortalecer outros laços também, como amigos, família e principalmente devolver a Deus o seu lugar de central na nossa felicidade.

A oração deve ser o caminho que contribui de busca para nossa saúde mental e espiritual, focalizando assim a base da nossa vida em Deus que é fiel, até mesmo diante das nossas infidelidades. Como Isaías bem diz que Deus nós ama até o ciúme, ou seja, ele é deve ser o Amor primeiro de onde brota o amor humano verdadeiro.
A filosofia também pode nos ajudar percebendo que só somos livres nos ocupando das coisas que só dependem de nós, o ciúme neste caso é um sofrimento por algo que não depende só de nós. Aristóteles escreve um livro para ensinar a ética a um jovem onde ele mostra que as paixões precisam da sabedoria, para não adoecer. Lembramos também muitos textos bíblicos que mostram o mal que o ciúme pode fazer, como no caso de Caim e Abel, também a literatura dedica clássicos como "Dom Casmurro" de Machado de Assis onde o personagem central é um ciumento obsessivo. 

O ciúme doente é uma paixão que deixa os pensamentos confusos e desordenados, portanto a razão é de grande importância para orientar os pensamentos. Alguns psicólogos buscaram compreender quem são as pessoas que tem mas dificuldades de ser feliz? Aquelas que tem pensamentos inflexíveis, como por exemplo: "tudo deve acontecer como eu desejo", "nada pode estar fora do meu controle", essas e muitas outras são crenças irracionais e ilusórias. Quando aprendemos a ser mais flexíveis nos nossos pensamentos vencemos grande parte dos nossos fantasmas.

Encerro lembrando a oração da serenidade que nos ajudar a ser mais seletivo em nossas preocupações:

"Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que eu não posso modificar, a coragem para modificar aquelas que posso, Sabedoria para conhecer a diferença entre elas".

Paz e bem!

Traição nos relacionamentos


A traição é um assunto complexo quando se fala em relacionamentos, mas é necessário levantar essa reflexão pois, está presente em todos os âmbitos: amizade, namoro, trabalho, casamento. É uma realidade que todos uma hora ou outra vamos ter que superar. Jesus mesmo foi traído por Judas, fez questão de celebrar a Ceia da Pascoa e deixar claro que: Judas foi escolhido, amado, apesar de Jesus saber que ele iria o trair. Aí mora uma grande lição: aquele que traí perde mas do que quem foi traído!

A traição de um amigo, de um colega de trabalho, toda traição é difícil ser curada, em qualquer tipo de relacionamento, mas no casamento a traição não atinge somente os cônjuges, mas toda família, principalmente os filhos. Jesus deu o pão embebido para Judas, dando ali seu perdão, como fez com Pedro que negou até mesmo conhece-lo. 

A diferença entre os dois é que Judas não aceitou ser perdoado. O orgulho quer nos convencer de que não merecemos perdão. O orgulhoso se incomoda com a misericórdia de Deus, não aceita um amor tão desinteressado assim, vê o perdão como fraqueza. A dificuldade em perdoar é grande, maior ainda é dar o perdão a nós mesmos quando somos nós que traímos. Pedro enfrentou seu orgulho, lavando sua alma com muitas lagrimas, enquanto Jesus lhe direcionava: "Agora, vai e apascenta meus cordeiros!", como quem diz não se detenha aí, levante-se e siga em frente. Cuide agora dos que eu lhe confiei. Vejo aí um dos maiores milagres, Jesus mostrou como sua confiança é redentora. Reatou sua confiança em quem acabará de ter o traído. 

Como Jesus mesmo deu o exemplo o perdão cura o coração, mas antes é preciso fazer aquela linda pergunta que ele fez a Pedro: "Me amas?". Pois só o amor é capaz de retirar o ser humano desse buraco que é a traição, e traze-lo para atitudes novas, se não vira um ciclo vicioso e nada redentor. 

Outra coisa é importante ser destacada o perdão não significa esquecimento, como quem apaga suas lembranças de modo magico. Superar uma traição leva tempo e paciência, e pequenas atitudes para reconquistar a confiança. Principalmente quando a traição atinge o casamento, é preciso da parte dos dois pequenas atitudes que alimentem o amor novamente, e reconquiste a confiança. É um processo de reconstrução em que os dois vão enfrentar "crises de ciúmes", em que as questões retornam. 

Existe dois tipos de traição, uma é a isolada, e outra que já se tornou cronica. Quando a traição se torna cronica fica muito mas difícil reconstruir. Um casal que vive um namoro permeado de traições, dificilmente vai ter um casamente sem essa mesma característica. A fidelidade é uma virtude a ser cultivada desde o namoro, um casal que vive a castidade no namoro será muita mas capaz de viver essa mesma castidade no casamento. Castidade no casamento? Sim, a castidade não é apenas se abster de ter relações antes do casamento é sim ter um coração puro, e no casamento a castidade se expressa na fidelidade matrimonial. 

A traição pode ser em ambas as partes ou em uma delas, mas uma coisa é certa todos os dois lados tem responsabilidades nesse desequilíbrio. As vezes colocamos uns como culpados e outros como vitimas, mas nem sempre isso funciona. O amor é como uma planta que precisa ser regada, e cuidada, mas se ela murchar é preciso voltar a regar que ela retomará sua vitalidade. Para viver um casamento feliz é preciso sair da ilusão de que não terá desafios, mas a realidade é que a felicidade mora no lar que existe muita luta e desafios superados, e não onde eles não existem. As vezes temos uma visão romântica da vida, muito diferente do que Jesus viveu junto com a família de Nazaré. Em Nazaré aprendemos boas lições de como uma vida feliz está intimamente ligada a servir, superar, enfrentar os desafios com fé, muito pouco com a crença de que tudo tem que ser como imaginamos, em Nazaré a Amor fez a morte virar ressurreição!
 
Paz e bem!

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Casamento e dinheiro


Dentre tantos assuntos tratados anteriormente, o tema desse mês sobre economia doméstica, talvez não pareça tão interessante como assuntos comportamentais, mas não podemos negar que é de grande necessidade que cada casal viva uma harmoniosa administração do lar e do dinheiro. No matrimônio passamos a dividir o mesmo teto, partilhamos as responsabilidades, as contas, ou seja todo matrimônio é chamado a uma comunhão. Atualmente vemos uma onda de casais querendo viver sem comunhão de bens, em quartos separados, temendo conflitos, buscam apenas um relacionamento sem muito envolvimento em todos os sentidos. É a realidade de muitas pessoas afetivamente feridas e sem confiança no ser humano.

Vemos muito presente na terapia de casais que na maioria da vezes o dinheiro não costuma ser o foco principal, mas as discussões sobre as finanças são muito comuns. Em
geral, as discussões sobre dinheiro surgem como desdobramento de outros conflitos já existentes. Muitos casais reclamam que o dinheiro por vezes atrapalha os relacionamentos. Casais onde os dois trabalham muitas vezes vivem cada um da sua forma, achando ser impossível essa administração familiar e não individualista. Por meio do diálogo é importante buscar saber se esse é verdadeiramente o ponto principal, ou apenas a ponta do "iceberg" de outra mágoas pequenas acumuladas ao longo do tempo, e que transbordam quando surge o assunto dinheiro? Vale refletir!

Dificuldades financeiras são uma realidade que todo casal precisa estar preparado para enfrentar, se tornando aliados um do outro, e não inimigos. Fortalecendo assim seus laços nos momentos de tempestade e turbulências. Vivemos em uma sociedade que super valoriza o consumo, o excesso de trabalho e lucro, mas que também vive em constantes crises econômicas e políticas.
Estaremos sempre sujeitos aos impactos do trabalho, do dinheiro, da administração do lar, da divisão de tarefas, o que em alguns momentos vai repercutir sobre o equilíbrio familiar, portanto cabe a nós cristãos sermos luzeiros nessa noite escura, focando nossa vida familiar mas no ser do que nos ter ou acumular. 

Precisamos fugir dessa cultura do descarte, da cultura de não privar nossos filhos de nada que eles querem, de valorizar mais os brinquedos do que as brincadeiras. Precisamos estar atentos a educação financeira dos nossos filhos, onde eles compreendam que o consumo não deve ser um alívio para nossas tristezas, e que é preciso sempre analisar se precisamos mesmo disso tudo que a mídia nos coloca? Educar um censo crítico que servirá para toda sua vida não só financeira. Tornando assim o consumo mas racional e responsável do que emocional. Quando uma criança alimenta o desejo de ter um brinquedo, não podemos matar com rapidez esse desejo, tornado assim nossos filhos fracos na vontade, e sem capacidade de alimentar o desejo, para que dêem valor ao que tem. É muito educativo os filhos vem seus pais lutando para ter uma casa própria, um trabalho digno, ou outros bens, demonstrando o valor do trabalho e das etapas de luta para adquirir as conquistas. Hoje vem um elevado número de famílias se endividando em parcelamentos pois não sabem gestar um desejo, muitos jovens só querem se casar quando já tiverem conquistado tudo, casa, carro, e privam seus filhos do aprendizado tão importante para que aprendamos a lutar por nossos sonhos juntos e sem queimar etapas. 

Como nos diz o salmista "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem" (Sl 126, 1), salmo muito citado em casamentos, e que precisa alimentar nossa fé no cuidado e na providência de Deus em nossa vida familiar e financeira. Paz e bem!

domingo, 7 de setembro de 2014

Rotina no casamento!

Serie Matrimonio

Rotina no casamento!

  No início do casamento temos muitos desafios, como conversamos no artigo anterior, mas logo naturalmente nós vemos diante de uma rotina. Que também é um desafio! Rotina tem sido uma palavra bombardeada de forma pejorativa atualmente, ela por si só não é um problema, a rotina pode ser saudável ou não, depende como é vivida. Em um mundo cheio de novidades, e estímulos rápidos, a rotina fica pintada com uma cara feia e chata, mas ela é importante e necessária, para dar segurança, tranquilidade, diminuir as tensões e ansiedades, e pode ser até mesmo educativa. E uma coisa é certa só quem tem uma rotina pode sair da rotina, não é? Que graça teria as ferias se o ano todo não fizéssemos nada? O descanso e o lazer só fazem sentido por que temos nossa atividades diárias!

      Tem uma pesquisa realizada no Reino Unido que apresentam 80% dos casais com o tempo não se preocupam em dar um beijo de boa noite. Essa mesma pequisa mostram que esses mesmos casais tinham o habito de dormir de costas um para o outro. São apenas detalhes dessa pesquisa, mas mostram como a rotina traz em si também o risco da acomodação, e do distanciamento. Os detalhes do dia a dia do casal é o que enriquecem a rotina, o amor não é feito de estardalhaços é feito de pequenos gestos. Dizer "eu te amo", e muitas outras demostrações de carinho e ternura são alimentos afetivos, onde cada casal vai criando sua identidade. É muito importante que não fiquemos esperando sempre no outro essas atitudes, é como diz Santa Teresinha "plante amor, e colherás amor".
     Não só na vida do casal, mas em todos os relacionamentos humanos as pequenas gentilezas dão um colorido a um dia comum. É natural que cada pessoa tenha sua linguagem para expressar seu afetos, uns tem mais iniciativa, outros são menos expressivos, por isso é importante conhecer a linguagem em que cada se manifesta, e até mesmo aqueles que tem bloqueios para se manifestar afetivamente

Passear, tomar um sorvete, tirar ferias, são inúmeras as opções para sair da rotina, e são tão importantes como retomar a rotina. Rotina essa que não deve ser sinônimo de desleixo, e acomodação, mas sim um itinerário onde o amor puro se expressa. A Palavra de Deus fala inúmeras vez que a ação do Espírito Santo renova todos as coisas, é assim também no amor, o Espírito de Deus é a fonte de todo renovo. A ação do Espírito Santo santifica e liberta nosso amor diário. Por isso sempre: Vem Espírito Santo! Que cada dia seja um recomeço, que cada repetição umaretomada, tornando assim nosso amor desinteressado e autentico. 

A palavra Rotina vem do francês "routine" que podemos traduzir como "chão batido". Que essa seja a motivação caminhar na trilha do amor, tornando o chão batido pelos pés descalços, pelas atitudes simples, pelo amor noescondimento, sem muito ibope, mas edificando. Como diz São Padre Pio "É preciso amor, amar, e nada mais...", se amor estiver presente em nossa rotina, as pequenas coisas terão brilho e sentido.
"A cada manhã suas misericórdias se renovam!" (Lm 3, 22)
Paz e bem!

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Aos Recém Casados!

É natural que os primeiros anos de casados sejam marcados pela adaptação do "Eu" e "Você" para o "Nós". Isso não quer dizer que esse processo terá um fim, não será constante na vida do casal, mas com certeza será mas intenso nos primeiros anos. Um bom exemplo disso é o que diz C. Rogers: "Uma união entre um homem e uma mulher precisa ser trabalhada, contruída e constantemente revigorada pelo crescimento dos dois".

Cada um traz consigo suas bagagens e vivencias pessoais e famíliares, é preciso organizar agora o que vai dar uma identidade a essa nova família que inicia. O dialogo também será um aprendizado sem fim, sempre é tempo de aprender, mas ainda no inicio do casamento, onde a comunicação vai acontecer de forma constante e complexa, por causa da nova etapa do relacionamento. Muitos são os ruídos que atingem a comunicação entre quem diz e quem ouve, sua história, suas feridas, sua forma de ver a si mesmo e os outros que a cercam. Você pode estar pensando, mas eu namorei já conheci bem essa pessoa com quem me casei, quando se fala do ser humano, temos que levar sempre em consideração que não somos pessoas prontas mas sim em processo de feitura. E existem muitos fatores diferentes que não existiam no namoro, como por exemplo as contas a pagar. A nossa comunicação é permeada pelos afetos e sentimentos que estamos vivendo naquele momento, ou seja, as diferenças e discordâncias nem sempre são os motivos das brigas, mas sim, como foi dito!

Outra questão importante é quando levamos em consideração que o casal passa a se comunicar de forma mas complexa e rica, com a relação sexual, não estranhe, por meio da sexualidade também existe uma linguagem e uma comunicação. A harmonia sexual está intimamente ligada a harmonia conjugal, dentro do cotidiano, na rotina diária é onde o casal cria um dialogo para além do corpo. O que o corpo diz é preciso estar em consonância com a vida daquele que ama, pois se corpo fala uma coisa e a vida outra, em meio a incoerência o atrito dos corpos perde o sentido e se esfazia. 

Um casal recém-casados tem diante de si muitos desafios, de um lado um passado onde cada um tem suas heranças, um presente que traz a novidade e o frescor, mas também uma entrega de si no desejo e a labuta de edificarem um ao outro. 

"Não é possível dizer-te sempre coisas novas, nem te é necessário ouvi-las. O que importa é que sejas sempre novo, que te desprendas cada dia do homem-velho, e que cada dia tornes a nascer, a crescer e a progredir" (Santo Agostinho).

É preciso que os casais que já viveram essa etapa tragam esperança e motivação aos que se iniciam nesse caminho, abrindo assim para os jovens casais a possibilidade de reconhecer as riquezas desse tempo e também suas lutas próprias e necessárias, como também aquelas batalhas que insistimos em entrar e que não trazem beneficio algum. 

"Por isso todos os que exercem influência nas comunidades e nos grupos sociais devem trabalhar eficazmente para a promoção do matrimônio e da família" (Gaudium et spes)
Paz e bem!

O perdão é o que renova os relacionamentos!

Esse é o tema que vamos trabalhar nesse artigo, quando falamos de relacionamentos a primeira coisa que precisamos exercitar é o perdão. Na amizade, na família, mas principalmente no matrimonio, pois só é possível um compromisso "Para Sempre", quando esse compromisso tem como fundamento o perdão e a reconciliação. Por que uma coisa é certa duas pessoas diferentes, limitas, em processo constante de construção não poderia fazer uma mistura melhor, para a busca da santidade, e da complementariedade, mas aí também é que mora o maior desafio presente no casamento: Amadurecer, estar aberto ao crescimento pessoal, superar os obstáculos, isso tudo tendo ao lado outro nesse mesmo processo de feitura. 

Na psicologia temos um termo chamado "Empatia" para descrever a capacidade de se colocar no lugar do outro, e na linguagem bíblica destaco a "Misericórdia" com as fraquezas do outro, levando sempre em conta que eu também sou fraco. É bem como Jesus mesmo disse: "Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos ofendeu" (Mt 6,12). Na pratica aquele que perdoa está entranhado de misericórdia e empatia, tornando assim o perdão um dos segredos para um casamento feliz. 

O que muitas vezes nos impede de perdoar é o nosso orgulho, travando o amor de ganhar profundidade e autenticidade. Nosso coração ferido pelo orgulho traz sempre em mente que o perdão é uma fraqueza, uma atitude que deixará o outro "mal a costumado". Jesus é o homem que trouxe a novidade, para o perdão, separando assim o erro da pessoa que errou. Jesus não ama o pecado, mas ama o pecador. 

Podemos falar de relacionamento que estão isentos de fraquezas? Com certeza, Não! Então podemos concluir que o perdão é fonte de renovação do amor conjugal? Sim, de fato, como Jesus disse "quem muito perdoou, muito ama". Claro que o perdão não pode ser também uma peneira para tampar o sol, quem perdoa e quem é perdoado deve ter sempre claro que é preciso se renovar, buscar esse crescimento espiritual e pessoal, pois o verdadeiro perdão não estaciona, ele renova. O perdão não nos isenta de nossas responsabilidades, e das conseqüências das nossas atitudes, é como no sacramento da confissão o perdão deve estar sempre comprometido com um novo recomeço, no sincero desejo de ser melhor, na busca de acertar. 

Todo amor humano só encontra seu verdadeiro sentido no amor de Deus, estamos amando o outro como Deus nos ama? Deve ser sempre esse o questionamento, e nosso ideal sempre será nos assemelharmos a Jesus em seu amor constrangedor. 

Como podemos ver nesse trecho do YOUCAT n.524 "O perdão misericordioso que damos ao outros é inseparável daquele que nós próprios procuramos. Se não formos misericordiosos e não nos perdoarmos reciprocamente, a misericórdia de Deus não chegará ao nosso coração". 

O perdão cura muitas família, cura doenças, cura muitos pesos desnecessários que carregamos no coração. Muitas vezes perdoar significa deixar de ir ao passado, como bem diz Gerald Jampolsky, é importante para que o casamento não seja pesado com o tempo, de magoas acumuladas, se pequenas coisas mal resolvidas, sendo assim, o tempo precisa ser o aliado, que traz a maturidade no amor, e não que carrega sacos cheios de velharias inúteis e nada edificantes.

Até a empresas já perceberam que o perdão é necessário para qualquer tipo de convivência humana, um termo muito usado no meio empresarial é a "resiliência", ou seja, a capacidade de passar por momentos difíceis e retomar sua forma original. Como por exemplo o Bambu, que com a força do vento em vez de se resistir ele se enverga, se entrega, permite que o vento o entorte e depois ele toma sua forma novamente sem danos sofridos, diferente de grandes arvores frondosas que quando o vento vem elas caem por sua rigidez. 

Que possamos sempre ter um coração perdoador, vamos para vida familiar com essa consciência que quem perdoa é mas feliz! Paz e bem!

 
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