O ciúme é universal, ou seja, é um sentimento comum nos relacionamentos. É preciso estar atento, pois o ciúme pode ser normal ou patológico. O ciúme normal aponta para o desejo de zelar pelo relacionamento, já o patológico desgasta o relacionamento com amassas que não são reais. O ciúme patológico não permite que o outro seja ele mesmo, o ciumento busca apagar a individualidade do outro, vive a procura de pistas para provar sua crença de que não é amado. O ciúme quando não é saudável aponta para uma insegurança, um desejo de ter o controle de tudo ou até mesmo um relacionamento familiar de excessivas restrições. Um relacionamento saudável se faz por duas pessoas diferentes e que se complementam no amor, na confiança, sendo "uma só carne" sem anular sua individualidade na complementaridade. Uma pessoa que conhece seu valor, tem uma autoestima, não se sente inferior a ninguém, tem mas facilidade de equilibrar esse sentimento para que o ciúme não prejudique o relacionamento. O ciúme faz dos nossos pensamentos uma máquina produtora de fantasias e temores, pede um auto controle também importante como em outros sentimentos como a raiva, gula, etc. O ciumento corre o risco criar um relacionamento "ilha", sem amigos, longe da família, se isolando como casal. O ciúme cheio de facetas, é uma emoção cheio de tendências obsessivas. Se todos estamos sujeito a esse sentimento o que podemos fazer para controla-lo? Aqueles que tem dificuldade de controlar o ciúme devem buscar se orientar pelos fatos e não pelos pensamentos, quando um pensamento lhe vem a mente é preciso se perguntar se esse pensamento não é fruto da sua imaginação ou é uma ameaça concreta? É preciso também questionar nossas crenças, como por exemplo: "Os homens não prestam!", "meu pai não foi fiel, então homem nenhum vai ser". Idéias generalistas que levamos conosco as vez como verdades absolutas.
Outra questão de grande importância é buscar na terapia um lugar para desenvolver seu auto conhecimento e fortalecer sua autoestima, tendo um momento para elaborar seus medos e inseguranças. O ciúme patológico está a serviço do egoísmo, é importante questionar se não estamos centralizando excessivamente nossa vida em torno de uma pessoa. É preciso fortalecer outros laços também, como amigos, família e principalmente devolver a Deus o seu lugar de central na nossa felicidade.
A oração deve ser o caminho que contribui de busca para nossa saúde mental e espiritual, focalizando assim a base da nossa vida em Deus que é fiel, até mesmo diante das nossas infidelidades. Como Isaías bem diz que Deus nós ama até o ciúme, ou seja, ele é deve ser o Amor primeiro de onde brota o amor humano verdadeiro.
A filosofia também pode nos ajudar percebendo que só somos livres nos ocupando das coisas que só dependem de nós, o ciúme neste caso é um sofrimento por algo que não depende só de nós. Aristóteles escreve um livro para ensinar a ética a um jovem onde ele mostra que as paixões precisam da sabedoria, para não adoecer. Lembramos também muitos textos bíblicos que mostram o mal que o ciúme pode fazer, como no caso de Caim e Abel, também a literatura dedica clássicos como "Dom Casmurro" de Machado de Assis onde o personagem central é um ciumento obsessivo.
O ciúme doente é uma paixão que deixa os pensamentos confusos e desordenados, portanto a razão é de grande importância para orientar os pensamentos. Alguns psicólogos buscaram compreender quem são as pessoas que tem mas dificuldades de ser feliz? Aquelas que tem pensamentos inflexíveis, como por exemplo: "tudo deve acontecer como eu desejo", "nada pode estar fora do meu controle", essas e muitas outras são crenças irracionais e ilusórias. Quando aprendemos a ser mais flexíveis nos nossos pensamentos vencemos grande parte dos nossos fantasmas. Encerro lembrando a oração da serenidade que nos ajudar a ser mais seletivo em nossas preocupações: "Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que eu não posso modificar, a coragem para modificar aquelas que posso, Sabedoria para conhecer a diferença entre elas". Paz e bem! |
domingo, 30 de novembro de 2014
O ciúme faz bem ou mal?
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