quinta-feira, 4 de março de 2010

Ser mineiro

Ser mineiro e não dizer o que faz nem o que vai fazer
É fingir que não sabe aquilo que sabe
É falar pouco e estudar muito
É passar por bobo e ser inteligente,
é vender queijo branco.
Um bom mineiro não laça boi com embira
Não da rasteira no vento
Não pisa no escuro
Não anda no molhado
Não estica conversa com estranho
Só acredita na fumaça quando vê fogo
só arrisca quando tem certeza
Não troca um passaro na mãe por dois voando
Ser mineiro é dizer "Uai"
É ser difirente e ter marca registrada
É ter historia
Ser mineiro é ter simplicidade e pureza, humildade e modéstia
coragem e bravura, fidalguia e elegância.
Ser mineiro e ver o nascer do sol e o brilhar da lua
É ouvir o cantar dos passaros e o mugir do gado
É sentir o despertar do tempo e o amanhecer da vida.
Ser mineiro é ser religioso, conversador, e cultivar as letras e a arte.
É ser poeta e literato, é gostar de politica e amar a liberdade.
É viver nas montanhas e ter vida interior.

Fernando Sabino

terça-feira, 2 de março de 2010

Valei-nos São José!



"Se temos uma dívida para com a Virgem Maria por ter na anunciação do anjo dado o seu sim e recebido a Cristo no seu ventre, assim também, depois dela, devemos a São José todo o nosso respeito e gratidão". (São Bernardino de Sena)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Diante de mim!




Em frente a Tua Cruz, eu Te via de longe.
Tinha acesso a poucos detalhes
Um desejo me leva na sua direção.
Eu tinha a sensação de que era a mim que você olhada, só a mim!
Aos poucos foi percebendo que ali muitos viviam comigo essa cena.
Ele mesmo na Cruz reunia suas forças e falava poucas palavras com alguém.
Eu era mais uma na multidão,
mais quando eu olhava sua Cruz, sua dor, seu sangue vertendo.
Em meio a multidão eu já não era mais um a cada passo eu dava.
Esse amor tinha sangue, dor, chagas por todo o corpo dilacerado.
Não era romântico, era sim muito concreto, cimento, lança, chicote, terra.
Via seus lábios sussurrando engasgado: "Filho, eis aí tua mãe!"
João tinha os olhos marejados de lágrimas
Tinha um semblante que aparentava custar a acreditar no que via
Os pés cerrados no chão.
Maria, olhos ternos,
abertos como o oceano que toca todo solo que a ele se aproxima.
Que mistério profundo de orfandade
Ali na Cruz quem estava era o Amado
João, Maria, e muitos ali estavam sem saber.
Muitos até hoje não sabem.
Em frente a Tua Cruz esponsal, já não me sentia tão distante.
A santidade que santificava os que contemplando-Te viviam
O insondável tesouro, em resposta ao sofrimento humano.
Via Cruz, Via o céu, Via a Terra!

Noite do dia 25 de fevereiro, 2010.
 
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