Todas as situações do dia sugerem aos nossos afetos mesquinhos
Será que quem amo me ama mesmo?
Três dias depois meu aniversário chegou, meu coração desprovido de expectativas abriu a agenda pra ver o horário do médico. Acima vejo uma letra que não é minha, sem delongas, antes mesmo de saber o que estava escrito. Meu coração aliviado chorou. Ele me ama. Lembrou meu aniversario, ufa!!!
Como se eu tivesse esquecido todas as vezes em que ele me amava com suas atitudes, bem mais consistentes que lembrar meu aniversário, qualquer um mesmo sem me amar poderia me mandar rosas e chocolate. Um choro eu não consegui segurar, eu lia, mas nem mesmo importava o que estava escrito. Era o meu feliz aniversário! Nessas ocasiões agente fica querendo nos convencer de que ninguém nós ama...
Bobo coração, sempre temendo a possibilidade de não ser amado. Quando se esquece que a fonte de todo amor, nosso Deus, nunca seca. E que amor humano é bem mais atitude, e decisão, do que presentes. Se o coração bebesse mais na fonte, talvez não ficasse tão sedento, medroso em amar e permitir ser amado. Pensei que isso fosse romantismo, mas hoje percebo que incutido nesse lugar, estão minhas ilusões.
Quem não ama é capaz de levar café na cama, de dar flores, chocolates, presentes?
Pensando bem, Sim!!! Bela ilusão de que alguém só ama, se assim o fizer?
Não que um dengo não faça parte no amor, mas nunca ele vai ser a prova de que amor está ali revelado.
Fiquei com meu olhar preso no dedo que apontava a lua, em vez de contempla-la.
"Quem julga não tem tempo para amar"
(Madre Teresa de Calcutá)