domingo, 30 de novembro de 2014

O ciúme faz bem ou mal?


O ciúme é universal, ou seja, é um sentimento comum nos relacionamentos. É preciso estar atento, pois o ciúme pode ser normal ou patológico. O ciúme normal aponta para o desejo de zelar pelo relacionamento, já o patológico desgasta o relacionamento com amassas que não são reais. O ciúme patológico não permite que o outro seja ele mesmo, o ciumento busca apagar a individualidade do outro, vive a procura de pistas para provar sua crença de que não é amado. O ciúme quando não é saudável aponta para uma insegurança, um desejo de ter o controle de tudo ou até mesmo um relacionamento familiar de excessivas restrições.

Um relacionamento saudável se faz por duas pessoas diferentes e que se complementam no amor, na confiança, sendo "uma só carne" sem anular sua individualidade na complementaridade. Uma pessoa que conhece seu valor, tem uma autoestima, não se sente inferior a ninguém, tem mas facilidade de equilibrar esse sentimento para que o ciúme não prejudique o relacionamento. O ciúme faz dos nossos pensamentos uma máquina produtora de fantasias e temores, pede um auto controle também importante como em outros sentimentos como a raiva, gula, etc. O ciumento corre o risco criar um relacionamento "ilha", sem amigos, longe da família, se isolando como casal. O ciúme cheio de facetas, é uma emoção cheio de tendências obsessivas.

Se todos estamos sujeito a esse sentimento o que podemos fazer para controla-lo?

Aqueles que tem dificuldade de controlar o ciúme devem buscar se orientar pelos fatos e não pelos pensamentos, quando um pensamento lhe vem a mente é preciso se perguntar se esse pensamento não é fruto da sua imaginação ou é uma ameaça concreta?
É preciso também questionar nossas crenças, como por exemplo: "Os homens não prestam!", "meu pai não foi fiel, então homem nenhum vai ser". Idéias generalistas que levamos conosco as vez como verdades absolutas.
Outra questão de grande importância é buscar na terapia um lugar para desenvolver seu auto conhecimento e fortalecer sua autoestima, tendo um momento para elaborar seus medos e inseguranças. O ciúme patológico está a serviço do egoísmo, é importante questionar se não estamos centralizando excessivamente nossa vida em torno de uma pessoa. É preciso fortalecer outros laços também, como amigos, família e principalmente devolver a Deus o seu lugar de central na nossa felicidade.

A oração deve ser o caminho que contribui de busca para nossa saúde mental e espiritual, focalizando assim a base da nossa vida em Deus que é fiel, até mesmo diante das nossas infidelidades. Como Isaías bem diz que Deus nós ama até o ciúme, ou seja, ele é deve ser o Amor primeiro de onde brota o amor humano verdadeiro.
A filosofia também pode nos ajudar percebendo que só somos livres nos ocupando das coisas que só dependem de nós, o ciúme neste caso é um sofrimento por algo que não depende só de nós. Aristóteles escreve um livro para ensinar a ética a um jovem onde ele mostra que as paixões precisam da sabedoria, para não adoecer. Lembramos também muitos textos bíblicos que mostram o mal que o ciúme pode fazer, como no caso de Caim e Abel, também a literatura dedica clássicos como "Dom Casmurro" de Machado de Assis onde o personagem central é um ciumento obsessivo. 

O ciúme doente é uma paixão que deixa os pensamentos confusos e desordenados, portanto a razão é de grande importância para orientar os pensamentos. Alguns psicólogos buscaram compreender quem são as pessoas que tem mas dificuldades de ser feliz? Aquelas que tem pensamentos inflexíveis, como por exemplo: "tudo deve acontecer como eu desejo", "nada pode estar fora do meu controle", essas e muitas outras são crenças irracionais e ilusórias. Quando aprendemos a ser mais flexíveis nos nossos pensamentos vencemos grande parte dos nossos fantasmas.

Encerro lembrando a oração da serenidade que nos ajudar a ser mais seletivo em nossas preocupações:

"Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que eu não posso modificar, a coragem para modificar aquelas que posso, Sabedoria para conhecer a diferença entre elas".

Paz e bem!

Traição nos relacionamentos


A traição é um assunto complexo quando se fala em relacionamentos, mas é necessário levantar essa reflexão pois, está presente em todos os âmbitos: amizade, namoro, trabalho, casamento. É uma realidade que todos uma hora ou outra vamos ter que superar. Jesus mesmo foi traído por Judas, fez questão de celebrar a Ceia da Pascoa e deixar claro que: Judas foi escolhido, amado, apesar de Jesus saber que ele iria o trair. Aí mora uma grande lição: aquele que traí perde mas do que quem foi traído!

A traição de um amigo, de um colega de trabalho, toda traição é difícil ser curada, em qualquer tipo de relacionamento, mas no casamento a traição não atinge somente os cônjuges, mas toda família, principalmente os filhos. Jesus deu o pão embebido para Judas, dando ali seu perdão, como fez com Pedro que negou até mesmo conhece-lo. 

A diferença entre os dois é que Judas não aceitou ser perdoado. O orgulho quer nos convencer de que não merecemos perdão. O orgulhoso se incomoda com a misericórdia de Deus, não aceita um amor tão desinteressado assim, vê o perdão como fraqueza. A dificuldade em perdoar é grande, maior ainda é dar o perdão a nós mesmos quando somos nós que traímos. Pedro enfrentou seu orgulho, lavando sua alma com muitas lagrimas, enquanto Jesus lhe direcionava: "Agora, vai e apascenta meus cordeiros!", como quem diz não se detenha aí, levante-se e siga em frente. Cuide agora dos que eu lhe confiei. Vejo aí um dos maiores milagres, Jesus mostrou como sua confiança é redentora. Reatou sua confiança em quem acabará de ter o traído. 

Como Jesus mesmo deu o exemplo o perdão cura o coração, mas antes é preciso fazer aquela linda pergunta que ele fez a Pedro: "Me amas?". Pois só o amor é capaz de retirar o ser humano desse buraco que é a traição, e traze-lo para atitudes novas, se não vira um ciclo vicioso e nada redentor. 

Outra coisa é importante ser destacada o perdão não significa esquecimento, como quem apaga suas lembranças de modo magico. Superar uma traição leva tempo e paciência, e pequenas atitudes para reconquistar a confiança. Principalmente quando a traição atinge o casamento, é preciso da parte dos dois pequenas atitudes que alimentem o amor novamente, e reconquiste a confiança. É um processo de reconstrução em que os dois vão enfrentar "crises de ciúmes", em que as questões retornam. 

Existe dois tipos de traição, uma é a isolada, e outra que já se tornou cronica. Quando a traição se torna cronica fica muito mas difícil reconstruir. Um casal que vive um namoro permeado de traições, dificilmente vai ter um casamente sem essa mesma característica. A fidelidade é uma virtude a ser cultivada desde o namoro, um casal que vive a castidade no namoro será muita mas capaz de viver essa mesma castidade no casamento. Castidade no casamento? Sim, a castidade não é apenas se abster de ter relações antes do casamento é sim ter um coração puro, e no casamento a castidade se expressa na fidelidade matrimonial. 

A traição pode ser em ambas as partes ou em uma delas, mas uma coisa é certa todos os dois lados tem responsabilidades nesse desequilíbrio. As vezes colocamos uns como culpados e outros como vitimas, mas nem sempre isso funciona. O amor é como uma planta que precisa ser regada, e cuidada, mas se ela murchar é preciso voltar a regar que ela retomará sua vitalidade. Para viver um casamento feliz é preciso sair da ilusão de que não terá desafios, mas a realidade é que a felicidade mora no lar que existe muita luta e desafios superados, e não onde eles não existem. As vezes temos uma visão romântica da vida, muito diferente do que Jesus viveu junto com a família de Nazaré. Em Nazaré aprendemos boas lições de como uma vida feliz está intimamente ligada a servir, superar, enfrentar os desafios com fé, muito pouco com a crença de que tudo tem que ser como imaginamos, em Nazaré a Amor fez a morte virar ressurreição!
 
Paz e bem!

 
Pesquisa personalizada