Neste ciclo de catequeses nos ficamos diante de um questionamento: Qual o sentido da sexualidade para o cristianismo?
Podemos escolher ter uma relação sexual ou não, mas não podemos mudar o seu sentido. O sentido de entrega “ser todo teu” ou “ser toda tua”. Os solteiros que dizem com o corpo que são um do outro, estão mentindo. Por que só o sacramento do matrimonio nós coloca pela ação do Espírito Santo diante desse mistério o de ser “um só carne”. A união conjugal está no plano original de Deus para ser um caminho onde sejamos participantes do seu poder, como co-criadores. E também no sentido unitivo e místico. Essa dimensão não pode ser alcançada pela promiscuidade, pois a entrega plena só é possível a quem se tem, ou seja, pressupõe autocontrole e liberdade interior. Definitivamente não são dois corpos que se estimulam, ou se provocam, mas duas pessoas inteiras que se conhecem e se presenteiam com o que são, em suas especificidades masculinas e femininas. Quando a linguagem do corpo perde o seu sentido radical está se entrega ao desgaste.
Esse amor do matrimonio busca se manisfestar nos frutos, os filhos. Isso não quer dizer que não se possa planejar a vinda dos filhos. Desde que esse planejamento seja feito para o bem da família e da sociedade, e não em nome do egoímo. Nos métodos artificiais o homem se coloca como senhor de sua própria natureza, nos métodos naturais o homem se limita a colocar a natureza humana a serviço da inteligência e da liberdade. Permitindo que a fecundidade seja vista como ela verdadeiramente é UM DOM!
Os métodos naturais se colocam assim como um exercício de posse de si e outo domínio, pela castidade e pela continência. A sexualidade não pode se resumir a um simples passatempo, e corre esse risco nos métodos artificiais. A castidade conjugal não é um limite ao amor, mas antes uma defesa, para que o amor não seja prejudicado pela concupiscência. Possibilitando uma compreensão mais ampla do valor da pessoa humana com um todo.
Métodos Naturais
Dentro os muitos métodos naturais modernos o Método Billings é o mais usado, pois não tem custo, não tem contra indicação, e é uma grande ferramenta de auto conhecimento e até mesmo de diagnostico de doenças. Os métodos artificiais deixam a responsabilidade de planejamento apenas a mulher na maioria das vezes, já o Billings divide esse responsabilidade entre os dois cônjuges. O papa JPII nas catequeses fala sobre a profecia do corpo, ou seja, os casais que exercem seu planejamento de forma natural são verdadeiros profetas com seu corpo. Os filhos que nascem são o verdadeiro testemunho de confiança em Deus desse casal, e não como nos artificiais onde se alimenta um temor, uma medo da vida. Já dizia Paulo a carta ao Romanos: "O mundo aguarda a manifestação dos filhos de Deus!". As catequeses desse ciclo a todo momento lembram as palavras de Paulo VI na encíclica Encíclica Humanae vitae:
“Uma prática honesta da regulação da natalidade exige, acima de tudo, que os esposos adquiram sólidas convicções acerca dos valores da vida e da família, e que tendam a alcançar um perfeito domínio de si mesmos. O domínio do instinto, mediante a razão e a vontade livre, impõe, indubitavelmente, uma ascese, para que as manifestações afetivas da vida conjugal sejam conformes com a ordem reta e, em particular, concretiza-se essa ascese na observância da continência periódica. Mas, esta disciplina, própria da pureza dos esposos, longe de ser nociva ao amor conjugal, confere-lhe pelo contrário um valor humano bem mais elevado. Requer um esforço contínuo, mas, graças ao seu benéfico influxo, os cônjuges desenvolvem integralmente a sua personalidade, enriquecendo-se de valores espirituais…”.
O sínodo da família fez eco também a essa mesma voz, ou seja, não é uma questão de certo ou errado, mas sim de buscar o que Jesus disse: "Vida e vida em abundancia!". Cada um de nós é chamado a dar passos progressivos na direção da felicidade plena.
Paz e bem!