domingo, 30 de setembro de 2007

Tem gente que diz que papel é frágil

Em 2001 foi o nosso primeiro um ano de namoro, alguns diziam, é você ta assim porque ainda não tem mais de três anos, quando passar uns três aí vai ver... Vai conhecer melhor, vai desgastando!


O tempo foi passando, três, quatro, cinco, seis, e o danado desastre não chegava.

Com seis anos de namoro, ficamos noivos, aí sim, nossa, e como escutávamos de muitos:

Agora você vai ver! No noivado tudo muda, e quando casar, aí você vai conhecer de verdade com quem você namorou, etc...

Não faltaram expressões criativas, pra convencer, e tentar me "ajudar" a ver o amor sem cegueiras. Xiii, a cabeça fica cheia de minhoca!!! As "pré destinações" me faziam pensar, minhas escolhas são bem diferentes, será que as consequencias seriam iquais?!

Tem quem diz que: "Quem pensa não se casa", nossa eu pensava dia e noite, antes de decidir.

Emfim casados, que nada só o começo, o dia que deu inicio ao nosso casamento, 7 de Outubro, eu disse meu sim, no Altar, mais muitos outros sim, sucederiam aquele.


Cada dia do meu primeiro ano de casada, eu ficava procurando ver se o temido dia chegava, e nada, a pessoa cheia de limites como eu, estava do meu lado, crescendo, amadurecendo como também eu.

Corremos o risco ver as pessoas que amamos como finalizadas, e que a triste ilusão, que as vezes até convencemos o outro de que ele é nervoso, e não de que ele naquele momento está nervoso.

As mudanças não só acontecem com o casamento, com um filho, etc. As mudanças nós atestam que somos gente, acontecem como o sol que nasce todo dia, como o ar que nunca fica parado.


A paixão, não permite que o outro mude, a paixão vive da repetição de sensações, ela é meio boba, além de cega, já o amar em vez de repetir, sabendo que isso não é possivel, busca viver a novidade de cada dia, o mistério presente na simplicidade.

Até porque amar pede aceitação, entrega, liberdade de que o outro seja ele mesmo, e diferente de mim, e isso ajuda com que o que vivo hoje, seja até melhor do que foi ontem.

Ninguém passa pelo mesmo rio duas vezes, já diria o filosofo. No namoro, no casamento, noivado, no tempo que seja, toda pessoas em cada decisão se faz, é nunca estará pronta, finalizada. Me faço a cada dia, com minha escolhas! Ele também!

Amar leva agente a entender a beleza do mistério de nascer todo dia, o rio corre a cada decisão somos um pouco mais nos mesmos, quanto mais deixamos o outro ser ele mesmo.

Nos mudamos, e as aguás que estavam aqui já estão longe, portanto ninguém passa pelo mesmo rio duas vezes, eu me caso a cada dia, de novo com uma pessoas que faz hoje suas escolhas diferente de como fazia, eu nunca me casei com uma pessoas de verdade.


Hoje chego as nossas bodas de papel, e fico pensando: muito dizem que papel é frágil. Mas hoje já sei, que nem sempre, quem pinta um quatro fica iqual a outro, cada um escolhe suas tintas e essas dão seus tons e coloridos próprios de cada obra de arte. Hoje não me importo se tenho bodas de papel ou de ouro, ou se a maioria das pessoas dizem se o primeiro ano o mais dificil, eu esperei pra viver e já me convenci, que os anos fortalecem o amor, e purificam a paixão.



"Põe-me como um selo sobre o teu coração,

como um selo sobre os teus braços;

porque o amor é forte como a morte"

(Ct 8,6)

 
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