“Submetei-vos
uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5, 21)
Muito chegam a essa leitura da carta de Efésios e sentem até
um arrepio na espinha, tamanha confusão e falta de clareza do que isso
significa. Não podemos negar que muitos direitos foram conquistados pelas
mulheres até hoje, mas para muitos essa leitura é compreendida no senso comum,
ou seja, falamos em submissão com base em nossa sociedade invadida por jogos de
poder. Homens e mulheres no plano de Deus nasceram para uma complementariedade
e para crescer em comunhão, mas historicamente o que temos visto é que as
ideologias dominantes chamam as mulheres para uma luta entre “sexos”. Portanto
fica uma ideia errada de que para que a dignidade da mulher seja reconhecida
precisa-se vencer o inimigo chamado homem. Como se nessa guerra todos nós
saímos feridos, a mulher não tem sua dignidade reconhecida apenas prova sua
total falta de auto estima de si, mas também quebra o elo primordial da família
humana, que é a comunhão entre homem e mulher. O papa João Paulo II esclarece
esse trecho da carta de Efésios mostrando que a submissão que Paulo diz é a de
Cristo e em Cristo.
Vale a pena se perguntar: Como Jesus exerceu sua autoridade?
Como Jesus foi a cabeça da Igreja? Ele
para estabelecer sua autoridade foi agressivo? A todas essas perguntas
responderíamos que não, pois a autoridade de Jesus foi a de “SERVIR” e não de
ser servido. Então podemos concluir como o papa nos diz que o homem deve sim
ser a cabeça, sendo assim aquele que Ama e se entrega todos por amor a ela.
Como é lindo a autoridade de Jesus sobre a Igreja, não é em nada opressor como
pensamos ao olhar essa palavra em nossa realidade atual. Paulo ainda amplia
essa submissão dizendo: “Sejamos submissos uns aos outros no temor de Cristo”
(Ef 5, 21), então só existe um Senhor que é Jesus, uma submissão unilateral a
Cristo como Senhor de toda a família. O homem nessa missão linda de exercer sua
presença na família como Jesus fez pela Igreja, toda forma de opressão e jogo
de poder na família é sim consequência do pecado original e não a vontade de
Deus a respeito.
O “dar-se” de Cristo foi por meio da obediência ao Pai, na
analogia de Paulo, fica claro que é preciso olhar a comunhão das pessoas
humanas, do homem e da mulher, como olhamos a comunhão divina entre Cristo e a
Igreja. Só assim podemos compreender bem a analogia da cabeça e do corpo, que
ambos tem missões distintas, mas inter-relacionais entre si. O marido é sobre
tudo aquele que ama, e a esposa aquela que é amada.