Nessa terceira parte das catequeses o Papa João Paulo II concentra-se entorno da Ressurreição da carne. Esse é um tema que antes temos que ter em mente, algumas palavras e um vocabulário um tanto teológico. Quando se trata da ressurreição e tudo que envolve a vida eterna, não temos a mesma compreensão de tempo e espaço que agora. Portanto, o limite da nossa linguagem só nos aproxima, mas como diz a Palavra "Agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido" (I Cor 13,12).
O estudo dos fins últimos é o que a teologia chama de Escatologia, apesar de toda limitação é um caminho lindo meditar e pensar no céu, na eternidade. A Ressurreição de Jesus é a luz que precisamos para nos aproximar desse mistério. Não ressuscitaremos somente de forma espiritual, mas nosso corpo será transformado em corpo gloriosos. Como cita o Catecismo (645-646):
"O Senhor ressuscitado deixou-Se tocar pelos discípulos, comeu com eles e mostrou-lhes as feridas da Sua Paixão. No entanto, o Seu corpo já não pertencia mais a este mundo, mas ao âmbito divino do Pai".
Na teologia do corpo o papa fala sobre as características do corpo depois da Ressurreição:
"Na ressurreição, o corpo humano manifesta-se —segundo as palavras do Apóstolo Paulo— “incorruptível, glorioso, cheio de força e espiritual”. O homem na sua autêntica corporeidade, por isso o “corpo espiritual” significar a perfeita sensibilidade de sentidos, a sua perfeita harmonização com a atividade do espírito humano na verdade e na liberdade".
O "como" será o nosso corpo ressuscitado é um mistério que pede humildade a quem se aproxima, precisa ter clareza de que as palavras e conceitos se desmontam e se ajoelham, são como rosa que colhidas perecem. Não posso negar meu tremor e temor em escrever sobre esse tema, só aceito esse desafio porque João Paulo II e a tradição da igreja é o fundamento, quereria ter um dom poético aguçado para articular as palavras não dão conta de realidades tão sublimes e celestes.
Diz nosso querido Bento XVI: "Também para o corpo há espaço em Deus", o corpo glorioso não mas será regido pelas mesmas leis terrenas, mas as celestes. Em uma das catequeses João Paulo II diz sobre as características que serão mantidas: "não só a sua autêntica subjetividade, mas a adquirirão em medida muito mais perfeita, que na vida terrena(...) isto é, na perfeita comunhão com o Deus vivo, gozarão de uma subjetividade perfeitamente madura. Se nesta perfeita subjetividade, conservando embora no seu corpo ressuscitado, isto é, glorioso, a masculinidade e a feminilidade". (68° catequese)
Como Jesus mesmo destacou no Evangelho o casamento só existe aqui na vida terrena, pois essa prefiguração do matrimônio encontra seu sentido pleno no em nossas nupcias com Deus na eternidade. Hoje nos casamos para manifestar o amor da Trindade, o Espírito nos da a graça de sermos "um só", mas na eternidade, nossa comunhão se dará plenamente sendo "um só" em Deus. E vale destacar que essa realidade será absolutamente superior a toda a experiência própria da vida terrena.
Nas palavras contidas na Catequese 68 descrevem assim: "à visão de Deus “face a face”, nascer nele um amor de tal profundidade e força de concentração sobre Deus mesmo, que absorverá completamente a sua inteira subjetividade psicossomática". Entendamos psicossomática como a verdadeira conexão das instancias corporais e espirituais.
Um termo muito comum nas catequese da teologia do corpo é a do "corpo espiritualizado", que nada mas é que o espirito dominará o corpo. Pois hoje o homem vive uma verdadeira luta, um combate entre os "frutos da carne" e os frutos do "espírito" (Gl 5) já que nas cartas de Paulo o termo carne significa a concupiscência , mas no corpo glorioso esse conflito já não mais existe. O corpo será totalmente integrado na pessoa.
Como vimos nos artigos anteriores: "O Princípio", "A Redenção do coração", e agora a "Redenção da carne", ou seja, o homem criado, redimido e glorificado, são importantes para a compreensão das catequeses que viram: celibato e o matrimônio. Até o mês que vem! Paz e bem!
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