Já fizemos um caminho percorrendo as catequeses do Papa João Paulo II essa parte é sobre o Celibato tão pouco compreendido atualmente, também conhecido como continência para o Reino. Alguém que sente-se chamado a vivencia do celibato, livremente escolhe uma participação particular no mistério da redenção do corpo, semelhante a Cristo completá-la, na própria carne. Como Cristo, não se casa, ou melhor, toma por esposa a Igreja, destaca-se aí como seremos na vida futura. O que não significa o isolamento em relação aos outros, pelo contrario o celibato traz em si uma fecundidade sobrenatural do Espírito Santo, uma grande graça a família cristã que é a igreja, dando liga a união de todos nós como cristãos em torno da mesma mesa. Enquanto um só corpo em seu Amor que nós une!
Portanto quem escolhe a vida celibatária diz o Papa JPII: “é preciso uma consciência realista não só do valor daquilo que se escolhe, mas também daquilo que se renuncia”. O que também precisamos refletir no Matrimônio. Quem escolhe um ou outro, deve sempre compreender bem o que se renuncia. O matrimonio ajuda a compreender o celibato, e se iluminam mutuamente, o matrimonio em seu valor fundamental e ordinário, e o celibato em seu valor particular e sobrenatural.
São duas vocações que precisamos estar livres para responder à atração que uma delas nos suscita, Paulo mostra como ele se sentia atraído pelo celibato na I Carta aos Coríntios 7, 7: “Quisera que todos os homens fossem como sou”. E até mesmo diz o motivou sua escolha na continência pelo Reino: “Eu quisera que estivésseis isentos de preocupações” (I Cor 7, 29-32), ele fala aí das preocupações pessoais. Já que o foco da vida celibatária são as questões da comunidade como um todo.
Em Paulo compreendemos como a graça deve encontrar adequada ressonância na vontade humana, e como também no Matrimonio, toda vocação tem como fonte o Amor de Deus que tudo renova. Para que mantenha-se sua fecundidade e fidelidade.
Como tratamos anteriormente o significado esponsal do corpo como Dom, se realiza no matrimonio ou no celibato, e ambos conduzem a “paternidade” ou “maternidade”. No celibato essa fecundidade é espiritual. Maria é o grande exemplo da união entre essas duas lindas vocações, ela, Vigem e Mãe. Em Jesus está a plenitude desse laço, Cristo Virgem e sacerdote misericordioso ancora assim esse mistério divinamente humano, suscitando até hoje esse lindo chamado de entrega e despojamento de si. Poderia parecer para alguns que a sexualidade seria sufocada, ou desprezada, mas é sim o contrario, o celibato eleva a sexualidade a sua mais alta dignidade e grandeza. O Celibato com essa renuncia e entrega por amor, destaca e põe em relevo, que o amor conjugal não nasceu para a concupiscência mas sim para a redenção. O corpo em ambos os casos devem apontar para nossa vocação definitiva, que é a eternidade. A redenção que Jesus nós trouxe leva o homem a vivenciar a vitória sobre o pecado e sobre a concupiscência.
Só com esse olhar de admiração sobre o Celibato é que podemos continuar esse caminho pelas catequeses, pois o Matrimonio é o nosso próximo passo. Ele só será bem compreendido a partir desse mistério que o antecede e o transcende! Até lá!
Nenhum comentário:
Postar um comentário