terça-feira, 30 de dezembro de 2014

O relacionamento com os sogros


     Beata Chiara Luce tem em sua história fatos muito interessantes, uma santidade necessária para os nossos tempos modernos. Teve uma vida curta, e de grandes batalhas, por sua saúde frágil. Seu pai Ruggero, era de família abastarda e sua mãe Teresa de família bem simples. Quando se casaram tiveram que morar na casa dos pais de Ruggero, Teresa viveu grandes dilemas com sua sogra. Por que estou começando esse artigo falando de Chiara? Sobre esse tema muito vasto e particular que são os relacionamento com os sogros correríamos sempre o risco de teorizar de mais, ou até mesmo tomar partido em alguma parte, o que não ajuda em nada, sendo que cada pessoa é unica, e o relacionamento seus sogros é algo muito particular. 
Já que estamos sendo ousados no desejo de queremos contribuir para uma  reflexão, nada melhor que experiencias e exemplos a serem olhados como o caso da Beata Chiara Luce. Não teremos tempo de narrar toda a história dela aqui, mas vale conhecer para inspirar nossa vida em família.

      Depois que Chiara nasceu tudo se acalmou pois já tinham sua casa própria, e menina sempre lhes pregava peças como no dia dos namorados de 1990. A filha fez uma reserva surpresa em um restaurante para os dois, Chiara já não saia da cama por sua doença e disse aos pais: "Hoje á noite, olhem-se nos olhos, e não voltem para casa antes da meia noite". E disse a sua mãe: "E lembre-se que o papai já existia antes de mim". Ela tinha um olhar muito interessante sobre a vida e sobre a família. 

     Essa é uma linda história de superação da dor e do sofrimento! De Romeu e Julieta aos pais de Chiara, os relacionamentos entre as famílias de origem sempre estão entre os temas dramáticos na literatura, nas piadas, e até mesmo a vida de santos como Chiara.

     Precisamos destacar duas questões que envolvem os relacionamentos entre sogros: 

1. Quando uma nova família se forma, temos que consideram que os pais por muitas vezes ficam com a sensação de "ninho vazio", ou seja, o filho ou a filha agora vai sair de casa, como diz a Palavra: "Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher!" (Gn 2,24). A família deve considera isso um ganho, mas muitas vezes fica uma impressão de perda e luto, o que coloca o cônjuge no lugar de culpado por essa perda. Nessa primeira questão por si só já temos muitos desafios, mas não para por aí. Ainda temos:

2. As questões psicológicas que envolvem o nosso desenvolvimento afetivo, aprendemos a amar amando nossos pais, a menina aprende o que é ser homem, vendo seu pai, e a menina faz uma concepção do feminino na mãe. Os nossos vínculos parentais, ou seja, nossa primeira forma de amar é bastante egoísta e possessiva. Aos poucos vamos amadurecendo e amando com mais generosidade e de forma mas equilibrada, mas aí mora a questão, muitas vezes atingimos a vida adulta ainda imaturos no amor, pois o amor para amadurecer não é como uma goiaba que somente o tempo e sua ligação com a goiabeira é suficiente para deixar ela docinha e madura. Nós não a maturidade no amor é um aprendizado de ir aos poucos tirando o foco de nós mesmos e direcionando nosso amor aos outros. Um bebê só recebe amor dos pais, depois uma criança já tem alguns amiguinhos na escola, na adolescência esse amor amplia mas ainda para referencias sociais, professores, tios, amigos, grupos, namorado(a). No casamento esse foco se afunila novamente mas agora para ser vivido de forma generosa entre o casal, e a maturidade passa a ser um ingrediente importante para que um não fique esperando somente do outro sua realização pessoal, mas encontre sua realização nessa entrega oblativa de ambas as partes. 

     Cada família tem um sistema, uma cultura, formas e vivencias próprias. No inicio o casal vai escolhendo com suas atitudes como será a dinâmica dessa nova família, e suas famílias de origem deve respeitar, mesmo que suas escolhas nem sempre assertivas, mas essa liberdade é importante para que o casal amadureça e dê o contorno que essa família terá. É muito difícil para o jovem casal se estabelecer como família, quando as interferências atingem decisões que eles precisam tomar sozinhos para ganhar confiança um no outro, causando muitas vezes divergências entre o casal. 

      E de outro lado estão as expectativas dos pais, que não devem considerar as decisões que os filhos tomam no casamento, como se não tivessem considerando eles com respeito devido. É preciso que cada casal estabeleça sua autonomia em relação ao pais, mas isso não quer dizer que eles serão uma ilha. Os pais de origem e os sogros tem uma vasta experiencia de vida, que pode contribuir desde que essa contribuição favoreça o casal e não coloque um contra o outro. 

      Toda comunicação entre as famílias exige perdão, dialogo, reconciliação, e sendo assim podem ser um exercício para nosso crescimento em na maturidade humana. A vida sempre nós dará oportunidades para crescer no amor! Paz e bem!

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