Quando se fala em Teologia do Corpo logo pensamos em
família, sexualidade, corpo, mas antes o papa nos leva a refletir sobre as
raízes mais profundas da constituição humana. João Paulo II vê na família o
fundamento da sociedade. E eu lhe pergunto qual o fundamento da família? Um relacionamento entre um homem e uma
mulher, ou seja, um casal de namorados, noivos.
Portanto, chama atenção para o Plano Original de Deus, antes
da queda do homem, antes do pecado original. Esse é o homem que Jesus se refere
quando é questionado pelos fariseus sobre a questão do divorcio, conforme Mc 10,2:
“Foi devido à dureza do vosso coração que ele vos deu essa lei, mas no
Princípio não foi assim...”.
Homem do princípio criado a imagem e semelhança de Deus em
sua dinâmica de Amor, o homem atual que é chamado de Histórico, por que é marcado
pela concupiscência. E por fim, o homem em seu estado glorioso, após a
Ressurreição. Em resumo temos o homem criado, redimido e glorificado.
Nesse primeiro ciclo de catequeses em que ele fala do “princípio”,
se reflete muito sobre o homem histórico, aquele marcado pela luta para amar em
sua autenticidade. Esse homem somos nós! Se não batalharmos com ajuda da graça
logo nos esquecemos da nossa sublime vocação a ser dom para o outro em sua
igual dignidade. O Amor para o homem histórico passa a ser uma aventura
heroica, que só é possível ser vivida plenamente sem o auxilio da graça. É
importante destacar que a família está inserida nesse contexto, o matrimonio só
existe com a presença da graça santificante do Espírito de Deus.
Jesus retoma o livro do Genesis, fazendo memória da
Criação, para encontrar as intenções do Criador e o chamado original para o
amor humano. Genesis tem duas narrativas da criação, a primeira em Gn 1,
chamada de Eloísta, e a segunda Gn 2,
2-25 conhecida como javista. Uma
compreensão ampla desses textos é à base da Teologia do Corpo.
Onde vemos a natureza do Matrimonio em ser um “para sempre”,
uma comunhão humana que aponta para a comunhão plena vivida na Trindade, em seu
caráter Total, fiel e fecundo. Chamado a viver um amor na complementaridade
entre masculino e feminino, em sua igual dignidade, mas em vocações distintas.
Um termo polêmico que por muito tempo foi acusado de machista, “costela” na
verdade não tem o mesmo sentido que essa palavra tem hoje, antigamente não se
tinha uma anatomia tão evoluída, então o termo original tem uma conotação de “metade”.
Outro termo a ser destacado é o “ajuda ou auxiliar adequada”,
que para nossa língua atual, mas parece um lugar pejorativo e desprivilegiado,
mas o termo correto tem em sua raiz uma tradução atual “socorro de Deus”.
Mostrando claramente a sublime vocação da mulher no mundo ser o “socorro de
Deus”. Talvez por isso Jesus chamasse tanto Maria sua mãe, de Mulher, ou seja,
a Nova Eva, aquela que seria a porta voz dessa linda vocação de socorrer a humanidade,
não mais filhos de Eva, mas agora de Maria mãe de Jesus.
O homem histórico deve ter sempre em mente a sua redenção em
Jesus, que é o novo Adão. No mistério da Salvação, na morte e ressurreição de
Jesus, nasce pela Água viva do Espírito Santo, a nova Criação, redimida pelo
sangue do Cordeiro imolado livremente por Amor.
A Redenção será o nosso próximo tema! Paz e bem!
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